Monique
Dia após dias, insossos que eram
como sempre o mesmo passo
De que eram os sonhos, que se desfizeram
em diálogo escasso
e cada vez que o dia vinha
o machado na cozinha, lhe fitava tenso
Eu sentia o coração batendo, numa ânsia quase febril
o suor me escorria a face tensa, como você ainda não viu
na escada me veio o devaneio até ouvir a porta ranger
só pensava em lâmina e crânio e não nego certo prazer
Trinta e quatro anos, dividindo o leito
numa rotina qualquer.
No que não há gosto, já não há mais jeito
Só do jeito que ele quer
e cada vez que o dia vinha
o machado na cozinha, lhe fitava tenso
Ver o sangue escorrendo em quase lenta, cérebro, cobertor
e descobrir que a mente não agüenta disfarçando o torpor
se agora te perturbo o sono, é pra que não se esqueça
na verdade tudo o que eu quero é abrir sua cabeça!